domingo, 20 de outubro de 2013

CIBERLIFE!

Criar meu web site/ Fazer minha home-page / Com quantos gigabytes/ Se faz uma jangada / Um barco que veleje / Que veleje nesse informar / Que aproveite a vazante da infomaré/ Que leve um oriki do meu velho orixá / Ao porto de um disquete de um micro em Taipé / Um barco que veleje nesse infomar / Que aproveite a vazante da infomaré / Que leve meu e-mail até Calcutá / Depois de um hot-link / Num site de Helsinque Para abastecer


Eu quero entrar na rede / Promover um debate / Juntar via Internet/ Um grupo de tietes de Connecticut / Um grupo de tietes de Connecticut / De Connecticut de acessar / O chefe da Mac Milícia de Milão / Um hacker mafioso acaba de soltar / Um vírus para atacar os programas no Japão / Eu quero entrar na rede para contatar / Os lares do Nepal,os bares do Gabão / Que o chefe da polícia carioca avisa pelo celular / Que lá na praça Onze tem um videopôquer para se jogar..

PELA INTERNET - GILBERTO GIL
Ol@!

Inspirada na música Pela Internet de Gilberto Gil, a reflexão que se segue buscará fazer uma costura entre as idéias trazidas pelos textos "Think Different: Estilo de vida digitais e a cibercultura como expressão cultural" de Erick Felinto; Subculturas e Ciberculturas: Para uma genealogia das identidades de um campo de Adriana Amaral e Os espaços líquidos da cibermídia de Lucia Santaella.  

De um maneira geral, os textos buscaram traçar o mapa teórico, e fazer um levantamento que buscou delinear a pluralidade de idéias e conceitos que tentam explicar (ou não!) o que seja de fato a Cibercultura. Refletindo sobre a identidade deste campo, as reflexões acerca do conceito/noção de Cibercultura e sua relação com as transformações sociais, culturais e subjetivas da/na contemporaneidade, os textos nos mostram que a cibercultura não é apenas um discurso abstrato, distante, mas algo que se materializa e perpassa as práticas comportamentais e de consumo, os modos de vida, o imaginário, objetos e formas de relacionar e estar no mundo.

Trata - se de um espaço de articulações discursivas, formação cultural, um espaço hibrido que segundo Erick Filinto agrega-se materialidades, imaginários e performances sociais. Para o autor a cibercultura é um domínio do conhecimento complexo, em constante mutação e com fronteiras fluidas apresentando desafios que exigirá renovação em concepções epistemológicas por agregar em sua essência o incerto, o hibrido, o poético e o subjetivo. 

Lendo os três textos noto que não é possível pensar em cibercultura sem traçar um paralelo entre cultura e tecnologia; a relação homem e a máquina, as "novas" práticas sociais adivindas e mediadas pelo computador. Dentre elas podemos destacar os hábitos que são possibilitados, por exemplo, pelas redes sociais.  Neste Ciberespaço uma “nova” realidade surge (será?!), no qual emerge um novo tipo de sujeito que cotidianamente se relaciona e transita de forma não linear por um sistema de comunicação integrado pela grande rede, que como diz Lucia Santaella não possui bordas, nem centro. No ciberespaço as pessoas se deparam com um espaço informacional, de arquitetura líquida e sem fronteira, cuja realidade possui uma multiplicidade de direções e possibilidades. Convergência, Interatividade, Acesso, Troca, Movimento, Produção, armazenamento e Disseminação de informações são umas das palavras que podem nos transportar e nos ajudar a entender a dinâmica desta forma de cultura e socialização tão complexa.


2 comentários:

  1. É interessante pensar em um espaço sem bordas nem centro - mas que não é uma dimensão livre, tem sempre as suas arestas. Abraço, Cássia.

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  2. É próprio da modernidade líquida que os corpos tornem - se fluidos e que "escorram" pelas fendas ciberculturais, permitindo-se às experimentacoes que essa formação cultural,tecnológica pode possibilita. Enfim, o que nos define ciberculturalmente seria o movimento para além do analógico. Concordo com o posicionamento de estar nessa era digital, exige posicionamentos de imersão de subjetividades num mundo de subjetividades binarias, espero que não percamos poesia da vida nesse processo!

    Patrícia Barreto via bonilla

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