sábado, 12 de outubro de 2013

Bem Vind@s!!!!

Caro leit@r,

Bem Vindos ao blog Fluíd@s Idéias!


Este espaço foi criado para que idéias, palavras, imagens, textos e hipertextos fluam e de forma interativa, se (des) encontrem. Neste diário de Trans-Bordo, você está convidado à criar, costurar e tecer uma grande rede de conhecimento. Conhecimentos estes que serão compartilhados, discutidos, (re) vistos pelos mestrandos (e, quem sabe, por outras pessoas!) do PPGE - Ufba que iniciaram seus trabalhos e reflexões na disciplina Educação, Comunicação e Tecnologias ministrada pela professora Maria Helena Bonilla. Desafiando o príncipio do confinamento territorial e do assentamento tão presentes na era pré moderna (e na moderna também!) para uma prática extraterritorial, a proposta desta disciplina é que também ocupemos o ciberespaço. Romper as molduras, trincheiras e solidez que circunscrevem as paredes da sala de aula, dinamizandoe ampliando as fronteiras espaço-temporais e conceituais para possibilitar que vivenciemos formas de diálogo e trocas de saberes coerentes com as transformações em curso será, para mim, um de nossos grandes desafios. 

O nosso primeiro encontro presencial aconteceu no dia 08/10, das 18h as 20h30 na Faculdade de Educação da Ufba. Fizemos uma "roda" de apresentações, na qual, cada mestrando falou sobre a sua proposta de pesquisa e os motivos que o fizeram optar por cursar a disciplina. Houve ainda apresentação da proposta da disciplina, da ementa, do referencial bibliográfico e suas fomas de avaliação.  De forma interativa nos inserimos na fala, no discurso e experiência do outro o que me remeteu e me fez pensar sobre os meus próprios motivos e porquês de estar ali, pesquisando este ou aquele tema... Para onde a pesquisa do outro me transporta? Quais os possíveis links, diálogos e interações?

Neste sentido, a primeira atividade proposta pela professora foi a leitura e reflexão do Prefácio e do Capítulo 3 (TEMPO / ESPAÇO) do livro "Modernidade Líquida" do autor Zygmunt Bauman. Gostaria de dizer que esta leitura me levou para tantas e outras leituras, palavras, imagens e obras artisticas (cinema, literatura, artes visuais) que, em sua forma e conteúdo, traduzem e nos fazem pensar na leveza, liquidez, fluidez, mobilidade, acasos, insconstâncias e caos próprios da nossa era e de nosso tempo presente. Era esta que Bauman chama de "Modernidade Fluida". Prometo que nas proximas postagens colocarei links e referências das obras pra que possam entender onde quero chegar...

Mergulhando, Navegando e Trans - bordando nas idéias e reflexões trazidas pelo autor, me deparei já na primeira linha do prefácio desta obra com uma frase que traz a Fluidez como a principal metáfora para o estágio presente. E o que significa algo em seu estado fluido, leve, líquido? Se pensarmos por exemplo nas águas correntes do rio ou do mar veremos que estas além de não se manterem fixas e rígidas em uma forma ou em um único espaço - tempo, são instáveis, se movem, se diluem, transbordam, mudam. E o mundo atual, com as suas novas relações e formas de organização social, cultural, política não se encontra em  "Estado Líquido" na qual a rigidez, deu lugar a dinâmicas de flexibilidade, (í) lógica e movimento crescentes?

Bauman nos faz pensar ainda, que a modernidade foi fluida desde sua concepção. E que "antes" derreteram-se velhas estruturas de sólidos conceitos com as quais o mundo estava acostumado a se relacionar,  para, a partir daí, gerar "outras" que mantivessem as idéias e concepções sempre vigentes: de de que o mundo é linear, durável e passível de administração e controle...A impressão que tive ao ler este trecho é que, ao contrário, no nosso estado presente o derretimento do "velho" é redirecionado não mais para manter mas sim para fazer emergir o novo. Talvez aquilo que Bauman chama de redistribuição e a realocação dos “poderes de derretimento” da modernidade. Mas será que é assim simples, quase uma relação direta de causa e efeito? Vou tentar fazer uma analogia: 

Por exemplo, se pensássemos em algumas mudanças que ocorreram nas nossas escolas a exemplo da inserção de computadores...Não parece que velhos sólidos foram derretidos, mas novamente congelaram e rigidamente mantemos em nossa prática e nossa relação com as TIC´S a lógica que sempre existiu sem a inserção destes? Hoje uma coisa é substituida para mudar, transformar relações e visões de mundo ou mantê-las? Qual espaço reservado, dentro de nossas escolas, em nossos pensamentos e práxis para a flexibilidade, expansividade, mobilidade , instantaneidade que caracterizam o  mundo moderno? O que significa educar no contexto da Modernidade Líquida? Para pensarmos um pouco e quem sabe tentarmos responder estas questões ao longo da disciplina e de nosso percusso e itinerância enquanto professores e pesquisadores...

Outra discussão presente no Capítulo 3 é a relação (Des) estabelecida entre Tempo/Espaço nesta nova era.  Bauman traz reflexões que transitam pela ideia utópica de comunidade como espaço ideal para a convivência humana, passando pelo contexto da cidade e dos espaços urbanos. Neste último o autor reflete sobre algumas categorias de espaços-tempos existentes no mundo moderno no qual ele denomina de "espaços públicos mas não civil". São espaços marcados pela ação onde não há necessidade de interação humana: são lugares, ajuntamentos, conjuntos, agregados, pedaços flutuantes de espaço; lugares sem lugar, que existem por si mesmo, fechados em si mesmo, e que rompem com a lógica do estabelecer-se; lugares de ruptura, transição e não de fixação. Além do espaço, a relação com tempo também foi modificada. Brauman fala da instantaneidade do tempo do software, anunciando a desvalorização do espaço porque todas as partes do espaço podem ser atingidas num mesmo espaço de tempo (?!). É só clicar, acessar o celular, o tablet e qualquer outro dispositivo movél... 

Pensar nestas relações me fez, mais uma vez, correr o risco de fazer mais uma analogia: Se na era do Hardware, da "modernidade pesada", os muros e fábricas, as grandes equipes e as grandes máquinas, a rotinização do tempo, a linearidade e a previsibilidade eram o que garantia do sucesso e legitimava as práticas (políticas, culturais, as relações de trabalho) de uma determinada época, o que fazer quando há resquícios de "peso" nas práticas da era Modernidade Leve que é marcada pelas sua formas organizacionais mais soltas e mais adequadas ao fluxo, ao múltiplo, complexo, rápido, ambíguo, vago???

Vamos refletir!!!









Um comentário:

  1. Oi Daiane, adorei seu texto!!!! Super bem escrito e com ideias claras. Valeu pela contribuição, que nossas ideias continuem fluindo, sempre.

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